terça-feira, 17 de abril de 2007

Eliane por ela mesma

"Doses minhas pra saciar a curiosidade de qualquer um! E, só um pequeno lembrete, pra quem gostar a vir possa: sou chata, passional, às vezes triste e, quase sempre temperamental, ao mesmo tempo que tento levitar mas, nem sempre consigo... Só de quando em vez... :)
Enfim, sou extremamente humana demais para o meu gosto... ou desgosto ... :(
Mas sempre estarei disposta a defender a liberdade de expressão e de tudo o que não prejudique, afete ou magoe o outro e a tentar ver sempre o mundo com olhos bons! Mesmo que isto, às vezes, me traga alguns dissabores..."

Abri as portas

Abri as portas
Abri o peito
Abri as pernas
Abri os braços

Perdi o tempo
Perdi o afeto
Perdi o gosto
Perdi o tato

E comprei tranca
Com cadeado
Vidro blindado
Porta de aço

Carne de pescoço

Gosto dos malucos, doidos, desgraçados
exagerados, tristes, apaixonados
que praticam um suicídio tão diário
por sentirem tanta sede e gana de viver

Gosto dos que crêem na própria insanidade
por saberem-se humanos, limitados, miseráveis
e com isto exercitam a humildade
conscientes de estarem aprisionados
nesta pobre casca humana até morrer

Não gosto de ares de superioridade
(os parâmetros são tão tênues e precários!)
não concedo a ninguém autoridade
- Oh, esses deuses e deusas sectários -
pontificando sobre a vida e o que fazer

Pois na minha prisão de carne e osso
sou única, sou livre, sou colosso
sou meu anjo e meu algoz,
fora-da-lei sou coisa feita
e carne de pescoço.

Palhaça


O tempo passa
e eu,
palhaça,
no circo maldito
choro risos



"Me formei em História, há tempos atrás, pela UFRJ e, por motivos pessoais e absoluta aversão às coisas determinadas e estabelecidas - academicismos, cartilhas e doutrinas - tracei para mim mesma um caminho meio "gauche", meio na contra-mão, ligeiramente afastado do convencional.
Enfim, dentro desse quadro, passeei por caminhos diversos, como uma druida pós-moderna, maga, louca e eremita (v. tarô), em busca de um conhecimento específico, particular, que se adequasse à minha maneira de sentir e perceber as coisas, o mundo...
Batalhei e tenho batalhado para descobrir caminhos próprios, diversos daqueles que gostariam que eu seguisse...
Continuo na busca, e às vezes me sinto envolvida pela escuridão, de outras, vejo o brilho de cristais e me sinto iluminada. Algumas vezes pago um alto preço por ser como sou, mas gosto da minha escolha e, em momento algum, me arrependo do caminho que tracei para mim... "

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